O que achamos do final da terceira temporada de The White Lotus

O que achamos do final da terceira temporada de The White Lotus

Imagem: HBO

O último episódio da terceira temporada de The White Lotus foi ao ar no último domingo e, mesmo com algumas mudanças em relação às temporadas anteriores, conseguiu manter um bom nível de engajamento nas redes sociais. Ainda assim, alguns elementos que consagraram a série da HBO pareceram se perder ao longo do caminho.

Apesar de manterem certa complexidade narrativa, alguns personagens desta temporada fogem do padrão que tornou The White Lotus tão única. Um exemplo claro é Rick Hatchett, cuja jornada dramática lembra a clássica trama entre Luke Skywalker e Darth Vader, mas com um toque de novela. Esse enredo mais direto e melodramático contrasta com a sutileza dos dramas cotidianos que a série costuma apresentar.

Por outro lado, a personagem Chelsea cumpre bem o papel de resgatar a essência do programa. Enquanto tenta, sem sucesso, inserir Rick em uma experiência turística e romântica idealizada, ela mesma se destaca como uma figura carismática, espirituosa e — vale destacar — dona de uma arcada dentária que virou assunto nas redes sociais. Não é exagero dizer que os dentes de Chelsea chamaram mais atenção do que parte do elenco.

O que achamos do final da terceira temporada de The White Lotus

Um dos núcleos que permanece fiel à proposta original da série é o das três amigas que decidem viajar juntas após anos sem se ver. Desde os primeiros episódios, fica evidente uma tensão no ar — não exatamente sobre um acontecimento específico do passado, mas sobre a forma como relacionamentos longos acumulam camadas de sentimentos contraditórios. The White Lotus evita mergulhar em flashbacks ou revelações dramáticas, preferindo deixar no ar pequenas pistas do que pode ter acontecido. Com isso, a série convida o público a refletir não sobre quem está certa ou errada, mas sobre a natureza ambígua das relações íntimas. Afinal, é possível amar e, ao mesmo tempo, guardar mágoas profundas de alguém — e isso faz parte da complexidade emocional dos vínculos duradouros.

O que achamos do final da terceira temporada de The White Lotus

Outro bom exemplo vem do núcleo familiar. A tensão aqui gira em torno da iminente falência e da postura do pai, que parece testar a capacidade da esposa e dos filhos de se adaptarem à pobreza. A série evita mostrar diretamente a reação à crise financeira, preferindo explorar o medo silencioso dessa transição e a complexidade emocional que ela acarreta.

Em relação à ambientação cultural, The White Lotus acertou em cheio mais uma vez. A temporada se passa na Tailândia, e os detalhes culturais foram tão bem retratados que impressionaram até quem conhece o país de perto. Assisti à temporada com meu namorado, que morou alguns anos na Tailândia, e ele se surpreendeu com a fidelidade das representações. A série não tenta representar a vivência tailandesa local, mas sim a perspectiva do turista ou imigrante ocidental — e acerta em cheio.

A conclusão da temporada, embora coerente, não surpreende: o personagem mais suspeito desde o início é, de fato, o culpado. Após o sucesso estrondoso do final da segunda temporada — que rendeu o meme icônico “these gays… they are trying to kill me” —, era de se esperar que fosse difícil superar aquele clímax. E como dizem, depois do topo, o caminho tende a ser de descida — ainda que suave.

O que achamos do final da terceira temporada de The White Lotus

E se a Tailândia foi um destaque da terceira temporada, fica no ar a curiosidade: onde será a próxima parada? Fico imaginando uma quarta temporada ambientada no Rio de Janeiro, quem sabe no icônico Copacabana Palace. Quem sabe?


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